Todo trabalho inicia visitando a propriedade onde a cana será plantada para realizar uma avaliação do potencial produtivo, logística, custos de implantação da cultura e valorização da parceria e possibilidade de fomento por parte da cooperativa.

Planejamento Agrícola realiza estimativas de safra para realizar programação das quantidades de toneladas de matéria-prima que a Destilaria receberá mensalmente.

Também programa o caminhamento da safra de forma que libere áreas elencadas para reforma em tempo de serem preparadas.

Direciona o caminhamento da vinhaça (subproduto da produção de etanol utilizado em substituição a adubação), liberando mensalmente a quantidade de área necessária para aplicação. O planejamento permite o manejo do canavial garantindo que os canaviais de maior potencial sejam colhidos no período do ano com curva de maturação mais acentuada, atendendo as demandas de raio ou distâncias dos canaviais em relação à unidade produtora.

A primeira etapa realizada é o planejamento varietal, quando as variedades da cana-de-açúcar são escolhidas para cada área conforme o tipo de solo e época de colheita.

A segunda etapa, o planejamento de plantio, quando acontece o corte da cana, o transporte até a área e o plantio propriamente dito, algumas atividades antecedem o preparo e plantio da muda.

O primeiro passo na topografia de áreas em expansão ou reforma é o levantamento topográfico utilizando drones, que possuem sistema GPS e câmeras de alta resolução. Esse levantamento gera um projeto planialtimétrico, essencial para o planejamento do plantio.

O projeto de sulcação define a direção das linhas de plantio, prevenindo erosões e otimizando a colheita. As linhas são programadas no computador de bordo do trator, que, por meio de direção automática, segue o caminho estabelecido. Nesse momento, o adubo de plantio é inserido no sulco.

A época de plantio de cana-de-açúcar influencia seu ciclo de desenvolvimento. O CP-18 (Cana Planta com 18 meses) é implantado entre dezembro e março, colhido na safra seguinte, garantindo maior TCH (tonelada de cana por hectare) e maturação. Esta é considerada a janela ideal de plantio.

O CP Inverno (Cana Planta de Inverno) é plantado de abril a julho, com colheita próxima aos 12 meses, apresentando produtividade satisfatória. Já o CP-12 (Cana Planta de ano) é plantado entre agosto e novembro, geralmente após setembro devido à seca em agosto, resultando em canaviais colhidos com 12 meses de desenvolvimento e menor produtividade.

É importante ressaltar que canaviais plantados mais cedo tendem a se desenvolver melhor, devido à maior disponibilidade de chuvas, temperatura e radiação solar. O planejamento das épocas de colheita, considerando a capacidade de processamento da indústria e a maturidade do canavial, é crucial para garantir o rendimento da produção.

A sistematização é uma etapa que verifica a precisão das curvas de nível existentes e determina a necessidade de novas curvas e o tipo de terraço a ser instalado, como base larga ou curva embutida em áreas com declividade acentuada. Durante o preparo do solo, são definidas as linhas de plantio e construídos os carreadores da área.

Enquanto a sistematização ocorre, amostras de solo são coletadas nas profundidades de 0-20 cm e 20-40 cm para análises químicas e físicas, visando a correção do pH do solo. Essa análise gera a demanda por corretivos, como calcário e gesso agrícola, que serão aplicados no preparo do solo.

A gradagem aradora é a primeira intervenção mecânica que destrói a soqueira antiga do canavial, facilitando a confecção dos terraços ao reduzir o esforço das máquinas. Além disso, a sistematização do terreno e a construção de terraços ajudam a melhorar as condições de colheita e a reduzir o escorrimento superficial de água da chuva.

Essas operações são realizadas com pás carregadeiras, grade terraceadora e moto-niveladora, dimensionadas de acordo com a declividade, classe de solo e volume histórico de chuva. Uma segunda gradagem, junto com subsolagem, é feita para incorporar os corretivos e ajudar na descompactação do solo, promovendo o desenvolvimento do sistema radicular.

Caso o plantio seja manual, os sulcos são abertos para a deposição de fertilizantes, e em seguida, os colmos de cana-muda são distribuídos. Essa sequência de operações visa garantir um solo saudável e adequado para o cultivo de cana-de-açúcar.

Na modalidade manual é necessário que a operação chamada cobrição seja realizada após o esparrame da cana nos sulcos por turmas de trabalhadores. Será utilizado um trator que será responsável por aplicar o coquetel de produtos, em sua maioria biológicos, para o plantio (Inseticidas, fungicidas, nematicidas e bio estimulantes) e cobrir os sulcos com solo. Se esta for a opção, o corte de muda também é feito por turma de trabalhadores.

No caso do plantio mecanizado, a colheita de muda é realizada por colhedora de cana, como na colheita para indústria, porém a máquina passa por alguns ajustes e adaptação de um kit emborrachado para reduzir a possibilidade de danos nas gemas.

O plantio também é realizado por plantadora mecanizada, que reduz os números de operações em relação ao plantio manual, já que a máquina abre o sulco, aplica os fertilizantes, deposita os colmos de cana, pulveriza os insumos necessários e já realiza a cobertura dos sulcos, tudo simultaneamente.

Os tratos culturais na cana-de-açúcar continuam após a colheita, envolvendo o desenleiramento da palha, adubação de soqueiras, controle de pragas, e aplicação de herbicidas e fertilizantes. Essas práticas visam manter a produtividade da cultura para a próxima safra.

Na cana planta, entre 60 e 90 dias após o plantio, ocorre a "quebra lombo", suavizando as linhas de plantio para facilitar a colheita. Nesse período, também pode ocorrer a adubação de cobertura com nitrogênio e potássio, além do controle de pragas através de inseticidas químicos ou biológicos.

A aplicação de fertilizantes foliares complementa a nutrição da cultura com micronutrientes, como boro e zinco, e bioestimulantes. Essas aplicações podem ser feitas por via tratorizada ou aérea, utilizando drones, aviões ou helicópteros, otimizando o processo.

Nos tratos da cana soca, a palha é removida para favorecer a brotação e o controle de pragas. A adubação é feita para atender às necessidades nutricionais, e o uso do cortador de soqueiras permite aplicar inseticidas diretamente no corte, potencializando o controle de pragas.

O controle da broca-da-cana pode ser realizado com inimigos naturais, como as vespas Cotesia flavipes e Trichogramma galloi. Essas vespas parasitam as larvas e ovos da praga, ajudando no controle biológico, que pode ser combinado com aplicações químicas.

Equipes de monitoramento avaliam as operações agrícolas e o controle de pragas, garantindo que estejam de acordo com os padrões exigidos. Em caso de irregularidades, os responsáveis são acionados imediatamente para realizar correções no processo.

No projeto de colheita é fundamental que tanto colhedoras como os equipamentos auxiliares como os tratores transbordo estejam equipados com piloto e projetos de colheita. Na linha de colheita os operadores precisarão intervir minimamente, evitando que os equipamentos criem compactação nas linhas de cana, também chamado de pisoteio.

É necessário um nível de maturação aceitável para poder ocorrer a colheita. Os níveis de açúcares ART (Açúcar Redutores Totais) na planta e quantidade de umidade precisam indicar nas análises de pré-maturação que a área já está pronta para receber a colheita.

Além da maturação, é necessário um trabalho de logística, visto que cada canavial se encontra a uma certa distância da unidade produtora. A quantidade e distância da matéria-prima informada pelo setor de planejamento gera a demanda para a quantidade de colhedoras, tratores, transbordo na colheita e de caminhões para o transporte, além de outros equipamentos auxiliares (caminhão pipa, comboios e reboques). Por isso é necessário criar setores ou blocos de colheita para que a matéria-prima seja entregue no maior nível de equilíbrio possível entre áreas consideradas mais próximas e mais distantes. Priorizar a colheita de áreas mais próximas criaria um problema logístico para o fim de safra, o que demandaria maior quantidade de caminhões, por exemplo.

Ao chegar à indústria, os caminhões transportadores passam por uma balança com capacidade de pesagem de até 160.000 kg. De cada parceria da área de colheita, 30% do carregamento é selecionado aleatoriamente para coleta de uma amostra da cana transportada que será encaminhada ao laboratório industrial para determinar a sua qualidade.

Pesagem e Descarga: A cana-de-açúcar é primeiro pesada e, em seguida, descarregada em mesas alimentadoras. Essas mesas garantem que a quantidade correta de cana seja processada de forma contínua.

Picador: A cana é então transportada por uma esteira metálica até um picador, onde é cortada em pequenos pedaços. Este processo facilita a extração do caldo nos estágios seguintes.

Desfibrador: Após o picador, a cana picada passa por um desfibrador, onde é desintegrada em fibras menores. Essa desintegração aumenta a eficiência da extração do caldo por expor mais superfície da cana para a moagem.

Moagem: A cana desintegrada é então submetida à moagem em grandes moendas. As moendas pressionam a cana, extraindo o caldo rico em açúcares, que será posteriormente fermentado para a produção de etanol. A capacidade instalada na Nova Produtiva permite moer até 300 toneladas de cana por hora.

Caldeiras: A Nova Produtiva possui duas caldeiras com capacidade para produzir vapor de 90 toneladas por hora e 120 toneladas por hora, respectivamente. Essas caldeiras operam a uma pressão de vapor de 21 kgf/cm².

Queima do Bagaço: O bagaço da cana-de-açúcar é queimado nas caldeiras para gerar calor. Esse calor transforma a água em vapor, sendo então utilizado em diversos processos na usina.

Uso do Vapor: O vapor produzido é direcionado para alimentar as turbinas dos geradores, bem como para as moendas e outros equipamentos de preparo. Isso torna o processo de produção de etanol mais eficiente, aproveitando ao máximo os recursos disponíveis.

A geração de vapor é uma parte crucial do processo produtivo, ao fornecer a energia térmica necessária para operar a usina. Além disso, o uso do bagaço da cana como combustível ajuda a reduzir o desperdício e a promover a sustentabilidade da operação.

Queima do Bagaço: Assim como na geração de vapor, o bagaço da cana é queimado para produzir vapor de alta pressão.

Turbinas e Geradores: O vapor gerado aciona turbinas conectadas a geradores. As turbinas convertem a energia térmica do vapor em energia mecânica, que por sua vez é convertida em energia elétrica pelos geradores.

Energia Renovável: A eletricidade produzida é utilizada para alimentar as operações da usina, e o excedente pode ser exportado para a rede elétrica. Este método de produção de energia é sustentável, ao utilizar resíduos do processo produtivo do etanol.

A geração de energia a partir do bagaço da cana-de-açúcar é uma prática sustentável e eficiente. Ela não só reduz o desperdício, mas também contribui para a diminuição da dependência de fontes de energia não renováveis. Isso reforça o compromisso da Nova Produtiva com a sustentabilidade e a inovação na produção de biocombustíveis.

Extração: Após a colheita, a cana-de-açúcar é lavada e esmagada em moendas para extrair o caldo. Este caldo bruto contém açúcares, fibras, impurezas e sólidos suspensos.

Clarificação: O caldo bruto é aquecido e tratado com produtos químicos, como cal (hidróxido de cálcio), para ajustar o pH e facilitar a coagulação das impurezas. Este processo resulta na formação de um lodo, removido por sedimentação. O caldo clarificado, agora livre de grande parte das impurezas, segue para a etapa de evaporação.

Evaporação: O caldo clarificado é concentrado através da evaporação da água em evaporadores de múltiplos efeitos. Isso aumenta a concentração de açúcares no caldo, tornando-o mais adequado para a fermentação. O produto resultante é um xarope espesso, rico em açúcares fermentáveis.

Resfriamento do Caldo: Antes de iniciar a fermentação, o caldo é resfriado em um trocador de calor de placas. A temperatura é reduzida para aproximadamente 28 °C a 30 °C, criando condições ideais para o funcionamento das leveduras.

Envio para as Dornas de Fermentação: O caldo resfriado, agora chamado de mosto, é transferido para grandes tanques chamados dornas de fermentação. A Nova Produtiva utiliza oito dornas, sendo quatro com capacidade de 400 m³ e quatro com capacidade de 600 m³.

Fermentação: Nas dornas, as leveduras são adicionadas ao mosto, iniciando a fermentação. Durante esse processo, as leveduras consomem os açúcares e produzem etanol. A fermentação pode levar de 24 a 72 horas, dependendo das condições e do controle do processo.

Controle da Espuma: Durante o enchimento das dornas e a fermentação, é comum a formação de espuma. É importante monitorar esse fenômeno e, se necessário, adicionar um agente antiespumante para controlar a espuma e garantir a eficiência do processo.

O vinho leve durado segue para as centrífugas, onde o vinho é separado do fermento. O fermento, por sua vez, é enviado às cubas de tratamento, onde é hidratado e tratado para correção do pH.

Destilação é a etapa onde o caldo fermentado, conhecido como vinho, é aquecido para separar o etanol das impurezas e da água. Este processo ocorre em colunas de destilação, onde a mistura é aquecida até o ponto de ebulição do etanol. O vapor de etanol, sendo menos denso, sobe pela coluna sendo condensado em um líquido puro através do resfriamento. Este líquido é conhecido como etanol hidratado, combustível utilizado diretamente no abastecimento de veículos movidos a etanol ou flex.

Na etapa de desidratação, o etanol hidratado passa por um processo para remover a água residual, transformando-o em etanol anidro, com uma concentração de 99,8% de etanol. Na Nova Produtiva, a desidratação é realizada através do ciclo-hexano. Nesse método, o etanol hidratado é misturado com ciclo-hexano, formando uma mistura azeotrópica que facilita a remoção da água. Quando a mistura é aquecida, a água e o ciclo-hexano evaporam juntos, deixando para trás o etanol anidro, combustível adicionado a gasolina, minimizando o impacto negativo do combustível a base de petróleo a natureza.

A indústria conta com dois conjuntos de abrandamento de água completos de 35 m³/h cada. Trabalhamos com um circuito fechado nos processos de refrigeração, resfriamento de mosto e nos condensadores de etanol, por meio de tanques e spray.

Atualmente, a Cooperativa Agroindustrial Nova Produtiva utiliza ao longo de todo o processo produtivo um total de 350 m³ de água por hora.

Toda água residual é destinada para irrigação das lavouras de cana-de-açúcar. Desse modo, não é descartado nenhum efluente em corpo hídrico, sendo 100% reaproveitado para fertirrigação dos canaviais.

Para produção de cada litro de etanol são gerados em torno de 12 litros de vinhaça, que por ser rica em nutrientes, a vinhaça, rico em água, matéria orgânica e mineral, principalmente potássio, retorna as lavouras por meio do processo de fertirrigação, que bombeia e distribui o produto nas lavouras, irrigando e fertilizando, garantindo nutrientes importantes para planta, fechando o circuito de produção sustentável de etanol de cana-de-açúcar.

O etanol é armazenado em tanques que seguem as especificações rigorosas de controle e minimização de riscos.

Na Nova Produtiva, os tanques têm uma capacidade total de 32.000 m³, divididos entre etanol hidratado e anidro. O armazenamento adequado é crucial para evitar a evaporação, contaminação e riscos de incêndio.