Cocamar e Nova Produtiva desenvolvem projeto de intercooperação em Pitangueiras

As duas cooperativas vão investir R$ 8 milhões na construção de uma unidade operacional

Na manhã de terça-feira (22/11),  no município de Pitangueiras, região norte do Estado, as cooperativas Cocamar e Nova Produtiva celebraram um convênio de intercooperação inédito no cooperativismo paranaense. Na oportunidade, os presidentes Divanir Higino, da Cocamar, sediada em Maringá, e Tácito Octaviano Barduzzi Júnior, da Nova Produtiva, com sede em Astorga, formalizaram compromisso para desenvolver um projeto que tem como objetivo otimizar a estrutura operacional que ambas as organizações vão construir naquela cidade, visando a garantir melhor atendimento aos cooperados.

Consta, no projeto, a edificação de uma nova unidade de recebimento de grãos, na estrada de acesso a São Martinho. Nela, tanto os cooperados da Cocamar quanto da Nova Produtiva poderão entregar sua produção sem ter a necessidade de percorrer grandes distâncias. A moderna estrutura de recebimento será erguida em um terreno de 2 alqueires, contando com uma classificação com calador pneumático, balança de 100 toneladas, duas moegas com tombador de caminhão bi-truck e bi-trem, uma linha de secagem para 120 toneladas e dois silos com capacidade de 4.200 toneladas cada.

O investimento, orçado em R$ 8 milhões, será rateado entre as duas cooperativas. Além da unidade de recebimento, a Nova Produtiva informou que pretende construir uma sede com armazém em parte daquele espaço. A expectativa é que 20 pessoas sejam contratadas.

UNIÃO – Para o presidente da Cocamar, Divanir Higino, além da economia direta e da maior comodidade oferecida aos produtores, as cooperativas também buscam a redução de custos. “A Nova Produtiva tinha um projeto para investir R$ 8 milhões em uma unidade e a Cocamar outros R$ 6 milhões em um transbordo. O investimento nesta unidade vai ficar em R$ 8 milhões, uma grande economia, levando em conta que uma estrutura como esta leva de 20 a 25 anos para ser paga. É o tempo de maturação da rentabilidade do negócio”, mencionou, destacando a maior agilidade para a entrega a produção.

Outra vantagem, segundo Higino, é a liquidez da soja colhida na região. “Independente de ter sido entregue para a Cocamar ou para a Nova Produtiva, a mesma terá como destino o parque industrial da Cocamar em Maringá, onde vai ser industrializada. “Existe potencial para estender este modelo de parceria para outros negócios das cooperativas, bem como em outros locais de recebimento ou mesmo em processos industriais”, acrescentou.

De acordo com o presidente da Nova Produtiva, Tácito Octaviano Barduzzi Júnior, projetos como esse são um antigo anseio da Ocepar e nascem com o objetivo de promover a integração entre as cooperativas, ou seja, se enquadra no 6º principio do cooperativismo que é a intercooperação. “Por que não quebrar alguns paradigmas e colocar em prática? As duas cooperativas terão uma estrutura operacional conjunta para atender as demandas dos produtores”, frisou.

ATENDIMENTO – Tanto a Cocamar como a Nova Produtiva teriam de fazer investimentos para melhorar o atendimento aos cooperados no município. A Cocamar estava com uma estrutura arrendada até 2015; para fazer a entrega, os agricultores tinham de percorrer 13 km até Sabaúdia, onde também a estrutura se encontrava no limite operacional. A solução seria implantar uma unidade de transbordo em Pitangueiras.

A situação da Nova Produtiva não era diferente. A cooperativa não possuía uma unidade no município: o produtor se obrigava a percorrer 15 km até Astorga, onde também há a necessidade de expansão dos armazéns. Por esses fatores houve a decisão de realizar os investimentos em conjunto.

BEM RECEBIDA – A notícia da parceria entre as cooperativas foi bem recebida pelo cooperado da Cocamar, Ataíde de Araujo, 63 anos. Ele tem uma propriedade de 10 alqueires diversificada com café, eucalipto, soja, milho, além de frango. “É um projeto arrojado que vai facilitar a vida de todos dos produtores de Pitangueiras e região. Já era uma reivindicação antiga, que está se tornado realidade.

Diversos outros produtores do município participaram do evento, entre os quais o prefeito reeleito, Antônio Edson Kolachinski. “Até então não sabia de um projeto semelhante a este, que une duas cooperativas. Algo inédito, que já nasce consolidado. A unidade de recebimento ficou em um ponto estratégico”, disse, ressaltando os  benefícios para os agricultores e também a geração de postos de trabalho.

Relação cooperado/cooperativas:

– O produtor poderá ser cooperado de uma ou ambas as cooperativas.

– A compra de insumos, assistência técnica e outros serviços vão ser tratados com a cooperativa da escolha do produtor.

– Na entrega da produção (soja, milho ou trigo) o agricultor irá declarar para qual unidade depositar – o mesmo receberá comprovante de entrega.

– A comercialização será feita na cooperativa onde a produção foi entregue.

– Não haverá assédio do produtor na entrega; ele será livre para escolher onde quer depositar, inclusive com sigilo dos dados.